O&P: Descolada do exterior e das commodities
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O petróleo subiu fortemente ontem (23) e encerrou o dia com alta acima de 4% e o barril do Brent em torno de US$ 121.
Mas o impacto foi moderado na bolsa brasileira que, durante quase todo o pregão, manteve a alta com a procura por ações de segmentos alternativos ao de produção e exportação de commodities.
Apenas ao final do dia, o Ibovespa perdeu força sob a pressão das quedas fortes nas bolsas em Nova York. No entanto, encerrou com uma leve alta de 0,16% aos 117.457 pontos.
O setor de varejo foi o grande destaque pelo segundo pregão seguido, procurado pelo capital estrangeiro pelo fato das ações terem sofrido fortes baixas desde o ano passado.
O Grupo Soma (SOMA3) disparou 7,14% a R$ 14,09 e Lojas Renner (LREN3) saltou 5,53% a R$ 26,15.
Ainda na lista, Magazine Luiza (MGLU3) avançou 3,27% a R$ 6.
Na lista de baixas do índice, Fleury (FLRY3) recuou 4,19% a R$ 15,53, BRF (BRFS3) perdeu 3,83% a R$ 16,57 e Copel (CPLE6) teve desvalorização de 3,44% a R$ 7,57.
O dólar caiu em relação ao real e atingiu o menor valor em dois anos. A moeda norte-americana fechou com baixa de 1,44% a R$ 4,84.
Com a Selic em alta, quais são as melhores opções de investimento?
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar, mais uma vez, a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic. A alta foi de 1%, o que levou a Selic a 11,75% ao ano. Segundo o próprio Copom, outros aumentos estão previstos nos próximos meses.
O ciclo de aperto monetário, como é chamada essa sequência de elevações na taxa de juros, ocorre numa tentativa do BC de frear a pressão inflacionária persistente que atinge o Brasil há mais de um ano. Vale lembrar que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – o principal indicador da inflação no Brasil – acumulado em 12 meses até fevereiro é de 10,54%.
Se, por um lado, a inflação e os juros altos afetam o poder de compra da população, por outro, esses números elevados trazem boas oportunidades de investimento na renda fixa brasileira, explicam especialistas do mercado financeiro.
Onde investir com a taxa Selic subindo →
Intenção de consumo das famílias cresce pelo terceiro mês, diz CNC
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) cresceu 1,8% na passagem de fevereiro para março deste ano. É a terceira alta consecutiva do indicador medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgado ontem (23). Com o resultado, a ICF chegou a 78,1 pontos.
A alta de fevereiro para março foi puxada por seis dos sete componentes da ICF. As maiores taxas de crescimentos foram observadas nas avaliações sobre a renda atual (3,2%), perspectiva profissional (2,8%) e emprego atual (2,6%).
Também tiveram altas o nível de consumo atual (1,7%), o acesso ao crédito (1%) e o momento para a compra de bens duráveis (0,8%). O único componente em queda foi a perspectiva de consumo (-1,2%).
Na comparação com março de 2021, a intenção de consumo cresceu 5,9%, devido às altas em cinco componentes, com destaque para emprego atual (13,4%) e perspectiva de consumo (16%). Também tiveram crescimento o nível de consumo atual (10,8%), a renda atual (9,7%) e a perspectiva profissional (3,1%).
Tiveram queda os seguintes componentes: momento para a compra de bens duráveis (-9,9%) e acesso ao crédito (-5,2%).
Confiança da indústria cai em 22 dos 29 setores em março
A confiança da indústria caiu em 22 dos 29 setores em março, informou ontem (23) a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A queda no Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), na comparação com o mês de fevereiro, teve como motivo principal a piora na percepção do empresariado do momento atual da economia e do setor industrial. Apesar da queda, o índice de todos os setores permaneceu acima da marca 50 pontos que separa a confiança da falta de confiança.
O maior recuo da confiança ocorreu na indústria de transformação, no segmento de máquinas, aparelhos e materiais elétricos. O Icei do setor passou de 58,7 pontos em fevereiro para 53,3 pontos em março.
Além desse segmento, outras reduções expressivas de confiança foram registradas, entre fevereiro e março, nos segmentos automotivo (59,8 pontos para 55,8 pontos), metalurgia (57,5 pontos para 53,8 pontos), biocombustíveis (59,3 pontos para 55,9 pontos) e produtos de metal (59,9 pontos para 56,5 pontos).
O levantamento apontou ainda que, em março, os setores menos confiantes foram o de obras de infraestrutura e móveis, ambos com o Icei ficando em 52,6 pontos; produtos têxteis (53); máquinas, aparelhos e materiais elétricos (53,3) e produtos de limpeza, perfumaria e higiene pessoal (HPPC), cujo Icei ficou em 53,4.
Já os setores cuja confiança se mostrou mais forte foram o de produto diversos, cujo Icei ficou em 60,7 pontos; calçados e suas partes (58,8); produtos farmoquímicos e farmacêuticos 58,8; confecção de artigos do vestuário e acessórios (58,2) e produtos de madeira (58,1).
A CNI disse ainda que apenas seis de 29 setores avaliam positivamente as condições atuais das empresas e da economia brasileira na comparação com os últimos seis meses: couro, produtos farmacêuticos, máquinas e equipamentos, outros equipamentos de transportes, produtos diversos e biocombustíveis.
Para os próximos seis meses, a confederação disse que as expectativas permanecem otimistas para os 29 setores analisados.
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