Mais de duas horas depois do encerramento dos negócios na B3, o Copom – Comitê de Política Monetária – do Banco Central anunciou ontem (16) a decisão de elevar a taxa básica de juros (Taxa Selic) em 1,0 ponto percentual, de 10,75% para 11,75% ao ano.
A decisão do colegiado foi unânime. Junto com a nova taxa, as informações do comunicado que o mercado lê, digere e usa nas suas estratégias de negócios.
O Copom citou a deterioração do cenário econômico externo com o conflito entre Ucrânia e Rússia e o aumento da incerteza em todo o mundo.
Destacou que o choque de oferta [petróleo, principalmente] eleva as pressões inflacionárias que já se acumulavam antes da guerra em “economias emergentes e avançadas”.
Com PIB – Produto Interno Bruto – acima do esperado em 2021, mas inflação “surpreendendo negativamente”, nas palavras do comitê, optou-se por uma redução do ritmo de alta da taxa.
Nas últimas três reuniões do Copom, a elevação havia sido mais intensa de 1,5 ponto percentual.
“Diante da volatilidade recente e do impacto sobre as projeções de inflação de sua hipótese usual para o preço do petróleo em dólar, o Comitê decidiu adotar também, neste momento, um cenário alternativo”.
Outra grande preocupação do BC é a condução da política fiscal do governo, fazendo referência aos gastos públicos.
“Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o comitê avalia que a incerteza em relação ao arcabouço fiscal mantém elevado o risco de desancoragem das expectativas de inflação”.
Para as próximas reuniões, o comitê avisa que as altas da taxa básica vão continuar intensas.
No entanto, na reunião desta semana, o Copom afirmou que o momento exige serenidade para a avaliação da extensão e duração dos atuais choques. Mas também fez um alerta!
“Caso esses choques se provem mais persistentes ou maiores que o antecipado, o Comitê estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário”.
Por ora, a reunião daqui a 45 dias deverá ter a mesma alta de 1,0 ponto percentual, de acordo com o recado deixado no comunicado do BC de hoje.
“Para a próxima reunião, o Comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude”.
Fed eleva taxa básica de juros nos EUA
Conforme o presidente do Federal Reserve, o banco central norte-americano, Jerome Powell havia adiantado, a taxa básica de juros daquele país foi elevada em 0,25 ponto percentual.
É o primeiro aumento em mais de três anos em que a taxa reduzida para perto de zero como medida de estímulo à economia no início da pandemia de Covid-19.
A medida tem o objetivo de conter a inflação nos Estados Unidos que atingiu o maior nível em 40 anos.
Com esta elevação, a faixa com que o mercado irá trabalhar para os juros lá é de 0,25% a 0,5%.
Além deste aumento dos juros básicos, o Comitê Federal de Mercado Aberto – FOMC na sigla em inglês – definiu elevações nas próximas seis reuniões de 2022, encerrando o ano com a taxa a 1,9%.
Para 2023, o comitê mais três altas da taxa e, no ano seguinte, nenhuma mudança.
A decisão nesta reunião de março não foi unânime porque o presidente do Fed de St. Louis queria alta mais elevada, de 0,5 ponto percentual.
Os mercados se anteciparam à decisão do Fed com rallies de compras de ações desde os pregões de ontem.
Nas bolsas em Nova York, os índices disparavam alta, mas recuaram após o anúncio oficial.
Ibovespa sobe quase 2% com apoio de NY após alta de juros nos EUA
O principal índice da bolsa brasileira subiu forte ontem (16), acompanhando Wall Street, após o Federal Reserve elevar os juros nos Estados Unidos. O mercado local aguarda decisão de política monetária do Banco Central.
Ações de commodities metálicas e do setor financeiro avançaram, enquanto Petrobras cedeu.
O Ibovespa subiu 1,98%, a 111.112,43 pontos, após quatro baixas seguidas. O volume financeiro da sessão foi de R$ 44,2 bilhões, em dia de vencimento de opções de índice.
Para Roberto Motta, chefe da mesa de derivativos da Genial, “Powell acalmou o mercado quando falou que a economia está forte o suficiente” para suportar o início do ciclo de alta de juros, após comunicado “mais duro” que o esperado quanto à inflação.
O humor era positivo nos mercados já antes da decisão do Fed, diante da declaração do presidente ucraniano de que as negociações com a Rússia estão se tornando “mais realistas”, enquanto o ministro das Relações Exteriores russo afirmou que há “alguma esperança de compromisso”.
EQL Explica: Como funcionam e quais as principais vantagens dos Fundos Imobiliários
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