EQL News

Share this post
O&P: Tensão nos mercados
newsletter.eql.com.br
Ordinárias & Preferenciais

O&P: Tensão nos mercados

Tempo médio de leitura: 13 minutos

Mar 15
Share this post
O&P: Tensão nos mercados
newsletter.eql.com.br

Ontem (14), a queda foi intensa do principal índice da bolsa brasileira, em sintonia com as perdas nas bolsas em Nova York. Lá fora, a exceção foi o Dow Jones que encerrou estável.

Os investidores monitoram temerosos os desdobramentos da guerra na Ucrânia e aguardam avanços nas negociações para um cessar-fogo.

Ao mesmo tempo, o recuo nas cotações do petróleo e de outras commodities impactou ações de companhias que haviam ganhado com a forte volatilidade de ativos em função do conflito.

Aqui no Brasil, a desvalorização das ações da Vale pesou sobre o Ibovespa. As ações VALE3 caíram 5,36% a R$ 91,60.

Na mesma lista das maiores perdas do Ibovespa, as ações da CSN Mineração (CMIN3) com baixa de 6,21% a R$ 6,04, CSN (CSNA3) com desvalorização de 5,83% a R$ 24,37 e PetroRio (PRIO3) com recuo de 5,41% a R$ 23,56.

No topo das perdas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 6,32% a R$ 5,33.

No final do pregão, o Ibovespa despencou 1,60% aos 109.928 pontos. Mas o saldo do ano segue positivo em 4,87%.

Com a expectativa pela reunião do Copom – o Comitê de Política Monetária do Banco Central – que começa amanhã, as ações de bancos brilharam. O destaque foi o Santander (SANB11) com avanço de 4,36% a R$ 33,74.

Hoje também começa a reunião do banco central dos Estados Unidos – o Federal Reserve. Amanhã (16), os investidores vão acompanhar quais foram as decisões sobre taxa básica de juros lá e também aqui no Brasil.

Na semana, outros bancos centrais se reúnem para decidir sobre política monetária em meio a um contexto difícil de pandemia e guerra que afeta severamente a economia global.



Banco projeta crescimento de 0,2% do PIB no ano

O Itaú melhorou sua projeção para o desempenho econômico do Brasil neste ano, passando a ver leve crescimento de 0,2% após surpresa positiva em dados recentes e diante da disparada internacional dos preços das commodities.

Anteriormente, o banco previa contração de 0,5% em 2022.

Mas a avaliação é que a alta dos preços do petróleo e commodities agrícolas também terá impacto na inflação, elevando a pressão sobre o consumidor e forçando o Banco Central a endurecer sua conduta de política monetária, o que fez o Itaú piorar sua estimativa de expansão para o ano que vem a 0,5%, contra taxa de 1,0% prevista em cenário anterior.

O credor privado espera agora que o IPCA suba 6,5% neste ano, patamar bem acima do teto da meta oficial, numa alta de 1 ponto percentual completo em relação à projeção anterior. “O principal efeito vem de preços de commodities mais altos”, avaliou o Itaú em relatório assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita e divulgado hoje (14). Para 2023, a estimativa de inflação foi mantida em 3,5%.

Os centros da meta de inflação são de 3,5% para 2022 e 3,25% para 2023, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A taxa Selic deve chegar ao fim do ano em 13%, de acordo com a mais recente revisão de cenário do Itaú, após elevações de 1 ponto percentual em março, 0,75 ponto em maio e 0,50 ponto em junho. Antes, o credor esperava que os juros básicos – atualmente em 10,75% – terminariam o ciclo de aperto monetário em 12,50% ao ano.

Foi mantida a expectativa de que a Selic cairá a 8,0% até o fim de 2023.

Em relação à taxa de câmbio, o Itaú não alterou sua visão prévia de que o real será negociado a 5,50 por dólar ao final deste ano e a 5,75 em 2023, mas reconheceu que a atual janela de apreciação da moeda brasileira pode durar mais tempo.

Ontem (14), o real era negociado em torno de 5,07 por dólar.

Embora tenha citado os riscos fiscais locais como uma incerteza para o mercado de câmbio, o Itaú melhorou seus prognósticos para o desempenho das contas públicas do Brasil neste ano e no próximo, com a aceleração da inflação devendo aumentar as receitas do governo.

“Estimamos déficit primário em 0,3% do PIB em 2022 (déficit de 1,0% do PIB anteriormente) e 0,9% do PIB em 2023 (déficit de 1,3%, anteriormente)”, disse o banco. Seu cenário projeta a dívida bruta em 81% e 84% do PIB neste ano e no próximo, respectivamente.


Mercado eleva projeção para inflação este ano a mais de 6%

O mercado elevou com força as perspectivas para a inflação neste ano acima de 6% e passou a ver maior aperto monetário, na esteira da elevação dos preços dos combustíveis e antes da reunião de política monetária do Banco Central esta semana.

A pesquisa Focus divulgada pelo BC ontem (14) mostrou que os especialistas consultados aumentaram a projeção para a alta do IPCA este ano a 6,45%, de 5,65% na semana anterior, muito acima do teto da meta, de 5%.

A conta para 2023 também subiu e chegou a 3,70%, de 3,51% antes. O centro da meta oficial para a inflação em 2022 é de 3,5% e para 2023 é de 3,25%, sempre com margem de tolerância de 1,5% para mais ou menos.

Na semana passada, a Petrobras anunciou aumento dos preços do diesel em cerca de 25% em suas refinarias, enquanto os valores da gasolina deverão subir quase 19%, na esteira dos ganhos nas cotações do petróleo no mercado internacional em função da guerra na Ucrânia.

Com isso, a projeção para o aumento dos preços administrados no levantamento semanal do BC saltou a 5,61% e 4,50%, respectivamente, em 2022 e 2023, de 4,85% e 4,28% antes.

Em fevereiro o IPCA atingiu o nível mais elevado para o mês em sete anos, de 1,01%, sob o peso dos custos de educação e alimentos, levando a taxa em 12 meses a 10,54%.

As intensas pressões inflacionárias levaram os economistas a elevar as projeções para a taxa básica de juros tanto este ano quanto no próximo, a 12,75% e 8,75% respectivamente. A pesquisa anterior apontava expectativa de uma taxa de 12,25% em 2022 e 8,25% em 2023.

É com esse cenário à frente que o BC se reúne esta semana para decidir sobre a política monetária. Segundo o Focus, a autoridade monetária deve elevar a Selic a 11,75% na reunião, ante taxa atual de 10,75%.

Ao mesmo tempo, a conta no levantamento semanal para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano subiu a 0,49% em 2022, mas caiu a 1,43% em 2023, de 0,42% e 1,5% antes.


Magazine Luiza desacelera vendas no quarto trimestre e tem prejuízo de R$ 79 milhões

O Magazine Luiza teve desempenho abaixo das expectativas do mercado no quarto trimestre, uma vez que suas vendas desaceleraram fortemente num cenário macroeconômico mais adverso no país, com inflação alta, além dos juros em elevação pressionarem seu resultado financeiro.

A grupo varejista anunciou ontem (14) que teve prejuízo ajustado de R$ 79 milhões de outubro a dezembro, ante lucro de R$ 232,1 milhões divulgados um ano antes.

Em termos líquidos, a companhia teve lucro de R$ 93 milhões, número influenciado por créditos tributários extraordinários.

As vendas totais da companhia no trimestre, medidas pela sigla GMV, somaram R$ 15,5 bilhões, um aumento de cerca de 4% sobre um ano antes, quando a expansão sobre mesma etapa de 2020 tinha sido de 66%. Na semana passada, a rival Via divulgou queda de 7% no GMV. A também concorrente Americanas publicou em fevereiro alta de 28% no GMV do período.

O resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado do Magazine Luiza recuou cerca de 53% no quarto trimestre, para R$ 243 milhões. A previsão média de analistas consultados pela Refinitiv era de Ebitda de R$ 304,5 milhões. A margem Ebitda caiu à metade, para 2,6%.

Em termos líquidos, o Ebitda foi ainda pior, ficando negativo em R$ 7,9 milhões, ante R$ 504,7 milhões positivos um ano antes.


Via faz acordo de R$ 300 milhões envolvendo crédito de ICMS

A varejista Via, dona das redes Casas Bahia e Ponto, informou ontem (14) que fez acordo para transferência de créditos tributários de ICMS de R$ 300 milhões. 

Segundo a companhia, o impacto esperado com a transação no fluxo de caixa e resultados será apropriado ao longo dos próximos 18 meses.

“Dessa forma, além da monetização recorrente em andamento, em menos de 3 meses deste exercício social a companhia já monetizou R$ 500 milhões em créditos fiscais, sem levar em consideração os pequenos deságios praticados neste tipo de operação”, afirmou a companhia em comunicado ao mercado.

Share this post
O&P: Tensão nos mercados
newsletter.eql.com.br
Comments

Create your profile

0 subscriptions will be displayed on your profile (edit)

Skip for now

Only paid subscribers can comment on this post

Already a paid subscriber? Sign in

Check your email

For your security, we need to re-authenticate you.

Click the link we sent to , or click here to sign in.

TopNew

No posts

Ready for more?

© 2022 Elas Que Lucrem
Privacy ∙ Terms ∙ Collection notice
Publish on Substack Get the app
Substack is the home for great writing